Abrange todas as indústrias e setores relacionados com os oceanos, mares e costas, quer se baseiem diretamente no ambiente marinho (por exemplo, navegação, marisco, geração de energia) ou em terra (por exemplo, portos, estaleiros, infraestruturas costeiras). Dados do Relatório de Economia Azul da UE de 2022 demonstram que a Economia Azul da UE gera, atualmente, 3.2 milhões de empregos diretos e mais de 667 mil milhões de euros em volume de negócios na União Europeia.
A economia azul ganhou especial relevância no contexto do European Green Deal, dado que “não há verde sem azul”, significando isto que não é possível chegar à economia verde sem nos comprometermos com a economia azul.
Segundo a ONU, 85% de todo o lixo no mar é plástico. As estimativas mais recentes apontam para 75 a 199 milhões de toneladas de lixo plástico nos oceanos. Dependendo do método utilizado para pesquisa, é estimado que, se nada for feito, a quantidade de plástico triplicará, passando de 9 a 14 milhões de toneladas por ano em 2016 para 23 a 37 milhões de toneladas em 2040. Outros métodos de pesquisa são ainda menos otimistas e apontam ainda para o dobro da quantidade passando de 19 a 23 milhões de toneladas em 2016 para cerca de 53 milhões de toneladas. (UNEP, 2021)
O lixo no ambiente marinho já é um desafio global semelhante às mudanças climáticas. E o problema, que vai muito além daquilo que é visível, está presente em quase todas as áreas costeiras do mundo, trazendo desequilíbrio e comprometendo esse recurso vital para a humanidade.
Diversas pesquisas indicam a poluição gerada pelos microplásticos como um dos principais fatores de risco à saúde. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa de Sistemas Ambientais da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, aponta que esse tipo de material tem a capacidade de absorver produtos tóxicos encontrados nos oceanos como pesticidas, metais pesados e outros tipos de poluentes orgânicos persistentes (POPs), o que faz com que os danos à saúde da biodiversidade sejam muito maiores.
Plânctons e pequenos animais alimentam-se do plástico contaminado e, ao serem comidos por peixes maiores, propagam a intoxicação. No fim da cadeia, quando o ser humano se alimenta desses peixes, o próprio está a ingerir, também, o plástico e os poluentes que se acumularam ao longo da cadeia.
Entre os problemas relacionados à intoxicação por POPs, estão diversos tipos de disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Da mesma forma, os plásticos podem conter bisfenóis, que são conhecidos por disruptores endócrinos muito danosos à saúde do ambiente e humana.
Não há uma única solução para a problemática da poluição através dos plásticos. “Breaking the Plastic Waste”, uma análise global sobre como alterar a trajetória dos resíduos de plástico, revela que poderá ser possível reduzir a quantidade de plástico a entrar nos oceanos em 80% nas próximas duas décadas se utilizarmos tecnologias e soluções já existentes.
O setor da economia azul divide-se em diversos (micro) setores, desde as energias renováveis, à biotecnologia azul, aquacultura, tecnologia e observação dos oceanos, pesca, proteção e regeneração ambiental e turismo marinho e costeiro.
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